A Opinião Pública (Arnaldo Jabor; 1967)
Título: A Opinião Pública
Ano: 1967
Diretor: Arnaldo Jabor
Produção: Brasileira
Tema: Retrato da classe média carioca em 1967
Ano: 1967
Diretor: Arnaldo Jabor
Produção: Brasileira
Tema: Retrato da classe média carioca em 1967
Retrata: sua visão política e social
Jovens de Copacabana.
– “vc não é minha nega...”.Logo no inicio do filme esta frase bate forte na minha mente. Parece me dizer; 'não adianta saber de mim, pois vocês não vão trazer a felicidade que eu almejo e o que eu quero nem eu mesmo sei o quê, porque nunca me ensinaram a pensar nas coisas que efetivamente me interessam'. - “vc não é minha nega”, o que quer saber de mim?O padrão de ensino é de acordo com a época, conforme citação no filme, e o jovem da classe media não percebe o palco dos conflitos sociais em que são protagonistas e seguem agregando sonhos de um Brasil que se mostrará próspero no futuro com conquistas equiparativas às da época dos homens das nações vizinhas pisoteando a lua .- Aproveitar a vida e seguir numa nova direção em oposição às orientações dos pais, este é o ato de rebeldia que experimentavam e aspiravam, aquela juventude de classe média da época. Não queriam repetir o mesmo roteiro dos pais.As meninas, por sua vez, já compartilhavam com as amigas suas desventuras. Com os meninos de então já demonstravam uma certa rejeição ao estado de ‘comportadinha feminina familiar’ - E também procuravam uma receita caseirinha da mulher vivida (sofrida) que servia de alerta às ninfetas sobre os perigos dos lobos desprovidos de uma cama macia e mesa farta de tentações prazerosa da vida faustosa e porque não dizer também da busca pelo modelo de rapaz que conclamava pela igualdade das classes e por uma distribuição ou divisão das riquezas propagadas pelos gestores do Brasil e pelos entusiastas da pátria de plantão.Os valores da pátria e a manifestação de brasilidade são saboreados com fumo que exala livre e sem censura dos bicos desses jovens sonhadores e que se mostram conscientes do desgaste da vitalidade humana e da dignidade que em tão pouca idade se mostra frágil e decadente pelos sofrimentos causados da exclusão social e pela abstinência compulsória dos bens sofisticados e pelo medo da própria classe media em ceder espaço para essa massa em potencial a reclamar por uma porção de sol em sua praia também. O filme aponta para o temor da classe média e por falhas que porventura tenham cometidos, pois sabemos, é certo, que uma mensagem bem manipulada pode fazer campanha contra si mesma (59)’.O ‘brilhantismo intelectual’ como chefia para comandar a “massa” (...a massa da mandioca, mãe... A Massa: Raimundo Sodré) e a organização prosperará com aplicação de sistemas disciplinares e com técnicas de produção.
O papel da mulher é carregar o peso da ordem familiar e cooperar na gestão e captação do orçamento doméstico bem como os afazeres da rotina do lar e ainda a tarefa mais árdua; encontrar o companheiro idealizado ou sugerido pela orientação das veteranas.Agradar ao público, segundo o depoimento de uma entrevistada, pode ser a realização da expectativa que os outros ou a sociedade espera de cada um dos indivíduos.Ter vergonha de não poder comprar um kilo de farinha para aplacar a fome, o homem das classes inferiores, encontra um consolo na fé e Naquele que foi, mas voltará um dia com abundância e fartura de guloseimas e manjares divinais e como extra, curará as enfermidades e trará o sorriso na cara lavada por lágrimas de sangue e nas pernas calombos 'diagnosticados' como “varizes estouradas”.E sem prolongar muito o assunto naquele momento já não havia muita moralidade, segundo a fala de um entrevistado e há outros defendendo sua participação no governo como ilibada contribuição democrática (o fato é noticia). Cada um possui uma fórmula para a solução dos problemas nacionais.
F.Alex
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