domingo, 17 de abril de 2011

Análise do Filme - LULA, O FILHO DO BRASIL



O filme Lula, o filho do Brasil, nasceu rotulado pela grande imprensa, afinal de contas, ano eleitoral (2010) sempre é período de especulação e suposições de “possíveis conspirações”, porém, Lula sempre foi obstinado a quebrar convicções e paradigmas.

Não conhecia o filme, nem sua história, salvo, informações sobre seu mandato pela crítica da imprensa e confesso que em vários momentos fui levado ao pranto, assim como, em momentos de pura descontração com a narrativa, vale a pena conferir a trajetória da família miserável de Caetés, Pernambuco, que tem o destino traçado pela personalidade da mãe, Dona Lindu, quando decide deixar o sertão nordestino e entrar no “Caminhão da Felicidade” (10”), em busca das falsas promessas que o filho mais velho mandava de SP contendo notícias do marido retirante (9”).

A melhora, as oportunidades não surgiram apenas a miséria e o trabalho em Santos (21”). Dizer que o ex-presidente seria um homem influente era loucura naquela época, muito menos “alguém na vida”, salvo para os olhos de sua professora (25”).


Dona Lindu, sempre acreditou nos filhos. Abandonou o marido (28”) e busca a vida em SP, depois de muito tempo, com Lula já no sindicato descobre que seu pai morreu e foi enterrado como indigente, na ocasião diz: “eu não tenho nada dela, aliás, eu tenho a maldade, porque a bondade é da minha mãe”(1’37”), portanto dizer que o ex-presidente possuiu uma estrutura familiar nos padrões que a psicologia propõe como ideal passam bem distantes da sua vida. Sem nenhum afeto ao pai, salvo desprezo recebido ao conhece-lo (17”) e quando o enfrenta ao ver sua mãe sendo agredida (21”). Lula foi um homem comum, aliás, a história de Dona Lindu, lembra a trama cinematográfica de grande sucesso nacional, 2 Filhos de Francisco, na onde há exaltação da figura de um dos pais.

Passo a passo o filme narra a formação de Lula: a matrícula no SEBRAE para torneiro mecânico (35”), o primeiro contato com o sindicalismo (39”), o primeiro choque ao ver, ao lado do seu irmão, a morte de um trabalhador (42”), quando perde o dedo (49”), e inclusive quando a crise aperta e fica sem emprego, que sabiamente recebe a instrução de sua mãe: “levanta a cabeça e olha pra frente e teima. É só teimar. O pior já passou”, ensinamento que possivelmente influenciou na sua formação e por disputar cinco vezes a presidência da República, custando no começo da vida pública, três derrotas consecutivas.

A melhor lição fica na parte em que o ex-presidente preso do DOPS diz: A gente tem a opinião pública do nosso lado”, e um preso político questiona “do que serve a opinião pública na ditadura, porra?”, e o líder sindical pondera “Serve sim. Como não serve? Serve sim! Os homens (militares) não acabaram de aprovar a anistia? Por quê? Serve, serve sim e vai servir cada vez mais” (1’59”).





Uma lição de maturidade política e expressão que várias vezes é mostrada no filme com o jargão “o povo unido, jamais será vencido”, assim seja, amém!

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