A partir da sugestão da professora Jacqueline para observarmos a atitude dos consumidores no momento da compra, visitei algumas lojas de telefones celulares. Eu sempre achei, ainda sem tanta convicção, que as pessoas compram produtos com o mesmo entusiasmo com que usam esses produtos. A observação dos consumidores durante a compra de celulares proporcionou a convicção que me faltava.
Há um nítido entusiasmo, principalmente das mulheres, quando compram aparelhos celulares, que se repete em poucos outros casos, como o das compras de sapatos. Mas a compra de celulares transmite um entusiasmo diferente, que é um entusiasmo acompanhado por uma veneração, materializado em um acatamento velado das explicações dos vendedores. Essa adoração transforma-se em um culto que se populariza e se estende nas relações sociais, o que me leva a concluir que os artefatos tecnológicos conseguem substituir o Ser Supremo como objeto de devoção.
Toda essa exasperação tecnológica começou com Norbert Wiener, um garoto prodígio que foi Ph.D. em matemática em Harvard aos 19 anos, que cunhou o termo cibernética em 1948, quando publicou um livro com esse nome. Antes disso, ele pesquisou física probabilística e trabalhou para o governo americano no período da guerra, o que o condicionou a propor que o desenvolvimento dos computadores e de artefatos tecnológicos deveria se ajustar à capacidade dos seres humanos em controlá-los. Ele foi o criador do tecnoTUDOQUESTAAÍ a partir de uma visão nitidamente religiosa.
Isso ficou mais claro quando, alguns anos após a gerra, ele publicou Deus, Golem e Cia.: um comentário sobre certos pontos de contato entre cibernética e religião, no qual afirma que "a máquina é a contrapartida moderna" à adoração religiosa. E abriu caminho para que autores técnico-religiosos de discutível profundidade analítica mas de arrebatadora aceitação popular, como Marshall McLuhan, emergissem para o pico daquilo que Juremir Machado da Silva qualificou de bolsa de valores do mercado intelectual globalizado.
Wiener foi ainda mais longe em seu Deus, Golem e Cia e vislumbrou um futuro que mesmo hoje ainda engatinha: o dos robôs inteligentes que se autorreproduzem. "É emocionalmente perturbadora a ideia de que a suposta criação do homem e dos animais por Deus, a produção dos seres vivos de acordo com sua classe e a possível reprodução de máquinas formam parte da mesma ordem de fenômenos, tal como as especulações de Darwin sobre a evolução e a origem do homem foram perturbadoras." (a tradução é minha)
Mas voltando à substituição da religião pelos brinquedos tecnológicos, percurso daquilo que Descartes iniciou quando discretamente assentou o método científico no lugar da fé religiosa, mergulha-se atualmente na sacramentação do sacerdote Steve Jobs enquanto a reglião definha lentamente. Ou seja, o secularismo tradicional transmuta-se em sectarismo tenológico. E é importante observar como mães e filhas vão entusiasmadas às compras de celulares e de computadores comparando com o estudo de Hart Nelsen, segundo o qual as mães exercem fundamental influência sobre as filhas quanto à manutenção do vínculo religioso.
De todo modo, há uma influência significativa da atual publicidade nesse frenesi. No ano passado, a professora Maria Eduarda da Mota Rocha, da Universidade Federal de Pernambuco, divulgou uma pesquisa chamada A Nova Retórica do Capital, publicado pela Edusp, em que sustenta que a publicidade se tornou o refúgio da moralidade contemporânea. O texto evidencia a percepção de que a publicidade evoluiu da argumentação direta para o convencimento pela "inclusão" e pelo "pertencer", além da "qualidade de vida" e da "responsabilidade social". "O fracasso da modernização e a transformação do espaço público no anos 80 forçaram o capital, por meio dos agentes publicitários, a alterar sua retórica para contemplar uma promessa de reconciliação entre a finalidade do lucro e o bem-estar coletivo e individual".
Esse bem-estar, obviamente, hoje também exige o consumo das parafernálias para ser atingido. Não se discute mais a obrigatoriedade da fé em Deus para fazer parte da sociedade, como meio importante de coesão social como foi para as pré-civilizações. Hoje, não é mais possível pertencer sem sacar da bolsa o último modelo do desejado brinquedinho de falar.
Versão do trabalho de Maria Eduarda da Mota Rocha publicado pela revista Revcom: A nova retórica do grande capital: a publicidade brasileira entre o neoliberalismo e a democratização
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
As gerações e a sopa de letrinhas
É quase impossível assistir a uma apresentação sobre marketing, publicidade ou tecnologia e lá pelo terceiro slide alguém já não sacar uma preciosa conclusão a respeito de como se comporta a geração Y em relação à geração X. Os mais adiantados já falam até em geração Z.
Estariam essas interpretações acerca das gerações baseadas em rigorosos estudos e pesquisas ou seriam apenas os achismos tão comuns no superficialismo de nossa época de informações tuitadas?
O estudo das populações por corte de idade (ou coorte) inevitavelmente revisita o sociólogo húngaro Karl Mannheim (“O problema das gerações”) e suas investigações sobre a juventude. Daí que coortes são grupos de indivíduos que na passagem para a vida adulta viveram os mesmos fatos marcantes, assimilando então as mesmas características.
É mais ou menos isso que quer dizer alguém que fala que a geração Y é diferente da geração X, ponderando que entre os acadêmicos discute-se também que há uma fundamental diferença entre 'geração' e 'coorte'.
Em resumo, vejo nisso dois problemas. Um é o uso indiscriminado dessa forma de estratificação, sem se preocupar com os limites teóricos necessários e o rigor nas interpretações. O outro é que cada geração depende da cultura local, e por isso é inadequado tentar encontrar as gerações X ou Y fora dos Estados Unidos. Para começar, a geração anterior à X, nos Estados Unidos, foi a "baby boomer", chamada assim devido à explosão populacional que ocorreu logo após a Segunda Guerra. E essa explosão de nascimentos só foi vista em alguns países que se envolveram diretamente com a guerra.
Existem poucos trabalhos no Brasil que tentam seriamente avançar nessa discussão. Um dos mais conhecidos foi o realizado em 1999 por Monica Zaidan Rossi, Charles D. Schewe e Paulo César Motta, da PUC-RJ, de caracterização de coortes brasileiros. (Generational Marketing: Exploring Cohort Programmed Values and Their Implications on Cross-Cultural Variations in Consumer Behavior Between Brazil and United States, publicado na Revista Portuguesa de Marketing, em inglês).
Ana Akemi Ikeda e Beatriz de Castro Pereira resumiram em um artigo as bases teóricas para a segmentação de mercado com base em coortes (Segmentação por coortes como ferramenta de marketing), atualizando em um quadro a proposta dos pesquisadores da PUC-RJ para as gerações brasileiras.
E Wiliam Ramalho Feitosa, em um projeto de mestrado para a Universidade de São Paulo, apresentou há dois anos o mais completo levantamento a respeito desse assunto: A segmentação de mercado por meio de coortes e gerações.
Entre os muitos méritos desse trabalho destaca-se o capítulo em que Wiliam entrevista acadêmicos e profissionais de agências e empresas sobre o uso da segmentação por coortes no mercado brasileiro.
Estariam essas interpretações acerca das gerações baseadas em rigorosos estudos e pesquisas ou seriam apenas os achismos tão comuns no superficialismo de nossa época de informações tuitadas?
O estudo das populações por corte de idade (ou coorte) inevitavelmente revisita o sociólogo húngaro Karl Mannheim (“O problema das gerações”) e suas investigações sobre a juventude. Daí que coortes são grupos de indivíduos que na passagem para a vida adulta viveram os mesmos fatos marcantes, assimilando então as mesmas características.
É mais ou menos isso que quer dizer alguém que fala que a geração Y é diferente da geração X, ponderando que entre os acadêmicos discute-se também que há uma fundamental diferença entre 'geração' e 'coorte'.
Em resumo, vejo nisso dois problemas. Um é o uso indiscriminado dessa forma de estratificação, sem se preocupar com os limites teóricos necessários e o rigor nas interpretações. O outro é que cada geração depende da cultura local, e por isso é inadequado tentar encontrar as gerações X ou Y fora dos Estados Unidos. Para começar, a geração anterior à X, nos Estados Unidos, foi a "baby boomer", chamada assim devido à explosão populacional que ocorreu logo após a Segunda Guerra. E essa explosão de nascimentos só foi vista em alguns países que se envolveram diretamente com a guerra.
Existem poucos trabalhos no Brasil que tentam seriamente avançar nessa discussão. Um dos mais conhecidos foi o realizado em 1999 por Monica Zaidan Rossi, Charles D. Schewe e Paulo César Motta, da PUC-RJ, de caracterização de coortes brasileiros. (Generational Marketing: Exploring Cohort Programmed Values and Their Implications on Cross-Cultural Variations in Consumer Behavior Between Brazil and United States, publicado na Revista Portuguesa de Marketing, em inglês).
Ana Akemi Ikeda e Beatriz de Castro Pereira resumiram em um artigo as bases teóricas para a segmentação de mercado com base em coortes (Segmentação por coortes como ferramenta de marketing), atualizando em um quadro a proposta dos pesquisadores da PUC-RJ para as gerações brasileiras.
E Wiliam Ramalho Feitosa, em um projeto de mestrado para a Universidade de São Paulo, apresentou há dois anos o mais completo levantamento a respeito desse assunto: A segmentação de mercado por meio de coortes e gerações.
Entre os muitos méritos desse trabalho destaca-se o capítulo em que Wiliam entrevista acadêmicos e profissionais de agências e empresas sobre o uso da segmentação por coortes no mercado brasileiro.
domingo, 31 de julho de 2011
Em cenário de Copa a bola é a melhor imagem.
Só bola não tem lado . Vejam entrevista Prof. Jacqueline Quaresemin a BAND.
http://www.band.com.br/noticias/brasil/noticia/?id=100000446945
http://www.band.com.br/noticias/brasil/noticia/?id=100000446945
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Pesquisadores de mercado, opinião e mídia: quem são esses profissionais?
Assistam a entrevista de Rubens Hannun, Presidente da ASBPM, clicando no link:
http://vimeo.com/26976922
http://vimeo.com/26976922
domingo, 24 de julho de 2011
Fotos do entorno e Pça da República
São Paulo, 04 de junho de 2011
Fotos do entorno e Pça da República
Eu fiz a seguinte pergunta às pessoas que quase aparecem nestas fotos - Posso tirar uma foto do sr ou da sra? - Como se eu fosse um turista.
1 comerciante de roupas para cachorro numa barraca na Pça. da Republica.
· Permissão com a seguinte exclamação:
pode comprar também!
1 Pessoa de aspecto (jeitão) humilde ou ‘morador de rua’, tomando sua “latinha”.
· Permissão com atitude: festiva e complacente.
Elucubração:
Desde criança, muitas vezes, somos questionados a dizer o que gostaríamos de ser ou fazer quando crescermos. Essas perguntas são marteladas dia após dia, feitas pelos nossos pais, tios, avós e amigos dos amigos de nossos amigos também. Nota-se que essas questões já trazem embutidas e agregadas, idéias que provavelmente se tornarão crença íntima na mente e em nosso interior impregna uma noção enviesada, um conceito de que o trabalho é meramente um meio de sobrevivência, um fardo que precisamos carregar para prolongar a nossa existência. E mesmo que traga-nos alguma satisfação na recompensa econômico-financeira, seja qualquer atividade que venhamos a exercer, não nos contentará enfim o labor dessa cruel labuta.
Breve dispersão:
Enfim, a chuva chegou
Muitos sonhos renovou
Fez a vida renascer
A vida quase esquecida
Dessa gente desvalida
Que nunca deixa o sertão
Mesmo sabendo da luta
Da vil e cruel labuta
Por um pedaço de pão
( POESIA DE CORDEL DE PAULO GONDIM 18.01.2002)
Referencia:
· Podemos aprender a cada minuto com nosso trabalho, como por exemplo: a relacionarmos melhor com nossos colegas, a superar desafios com maneiras cada vez mais criativas, a conscientizar as pessoas de sua força interior, a agir com mais tranqüilidade, a aprender uma forma melhor de ajudar a humanidade etc. (http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/trabalho-meio-de-sobrevivencia-ou-meio-de-auto-desenvolvimento/23080/)
Conclusão:
- Pois bem, agora temos a opção ou a cultura de encarar o nosso trabalho como um meio de evolução em todos os sentidos. O homem, desde os primórdios da humanidade, sabemos muito bem nós pobres mortais, ele vem buscando incansavelmente meios e estratégias para suplantar os desafios da sua sobrevivência. Não é mesmo? – Exemplificando uma situação: Antes de sairmos de um tipo de atividade, mudando de trabalho, tentado uma possibilidade maior de ganhos, é sensato descobrirmos quais são realmente as vantagens e desvantagens que este novo emprego proporcionará e ainda devemos especular profundamente e refletir sobre o que pesa mais. Muitas vezes, o trabalho nos oferece ótimas oportunidades de desenvolvimento, relações interpessoais e evolução integral mas simplesmente não conseguimos enxergá-lo, pois olhamos apenas para seus defeitos. Para o ‘feio’ da atividade. se é uma ocupação profissional que não exige certo grau de escolaridade passa por um desdém analítico como é o caso de profissionais da limpeza e construção civil etc. Pois bem, reflitamos então sobre a pessoa do engraxate que não quis aparecer - entre “N” possibilidades de motivos, vamos concordar que seja pela depreciação que o seu trabalho obtém do olhar crítico daqueles que não valorizam a importância de cada atividade humana profissional.
Nesta foto, a pessoa (com jeitão) humilde ou ‘morador de rua’, com apetrechos, folhetos e prospectos publicitários com aspecto de desleixo, disse-me um tanto enfático que atuava como divulgador de farmácia e tal e coisa e coisa e tal que estudara na fesp, quando eu lhe disse que era para uma pesquisa da faculdade; ele apontou para frente e disse: eu estudei ali, na fesp, pensou um pouco e desviando o olhar para um lado falou seu nome: - meu nome é Marcos.
· Permissão com atitude: fez uma síntese descritiva de si espontaneamente.
Outras referencias:
http://www.jb.com.br/
Cotidiano
Evolução integral
180 acessos
Publicado em 19/03/2010 pelo(a) Wiki Repórter Silvia, São Paulo - SP *Benedicto Ismael C. Dutra
Da mesma forma que os animais, os humanos também possuem um instinto imitativo, sendo que o homem está mais sujeito às manipulações por se subordinar ao cérebro sem se dar ao trabalho de examinar intuitivamente tudo o que lhe é apresentado. Os animais se imitam entre si, em seus ruídos e movimentos. Também há contágio emocional como no caso de alegria ou medo.
* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, articulista colaborador de importantes jornais de São Paulo e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio, Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola - o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: bidutra@attglobal.net
EXTRA:
Posso fotografar pessoas na rua, em locais públicos?
E casas ou propriedades?
E casas ou propriedades?
textos copiados dos sites abaixo citados de comentários sobre este tema:
- Posso fotografar - pessoas na rua, em locais públicos?
- Posso fotografar - pessoas na rua, em locais públicos?
- E casas ou propriedades?
– SEM CORREÇÕES OU ALTERAÇÃO NA GRAFIA
"No fotojornalismo ao fotografar shoppings de alto padrão, primeiro devemos fotografar, em seguida esconder a câmera e por ultimo fugir: é assim que fazemos no fotojornalismo (http://www.fotografia-dg.com/fotojornalismo/)…", disse o Prof. Enio Leite
(http://www.fotografia-dg.com/author/enioleite/)
Aguardo pela vossa ajuda para abrir uma ampla discussão sobre o tema.
cladutra
26-05-10, 21:07
Rapaz, eu fotografo pessoas dentro dos ônibus e faço a mesma coisa: olho, dou o click, escondo a câmera e depois eu fujo! Hahahaha!
Mas sério, é difícil discutir sobre isso. Em que ponto a minha liberdade interfere na da outra pessoa e vice-versa. Principalmente quando, em um local público, você "invade" a privacidade alheia.
Mas sério, é difícil discutir sobre isso. Em que ponto a minha liberdade interfere na da outra pessoa e vice-versa. Principalmente quando, em um local público, você "invade" a privacidade alheia.
Mazella
27-05-10, 11:13
O que diz a lei sob isso?
neusale
27-05-10, 15:17
Não me sinto à vontade para fotografar pessoas na rua, penso que o correto seria conversar com a pessoa primeiro, pedir permissão, seria o mais educado a fazer. Mas a timidez e o medo me impedem de fazer isso. Assim fotografo menos pessoas do que gostaria.
portellini
27-05-10, 15:55
Este tema é extremamente debatido, mas as questões envolvidas não são tão complexas quanto a discussão que vai na internet faz parecer.
A lei Portuguesa não tem disposições gerais que proibam fotografar pessoas em quaisquer locais públicos. Daí que a legislação se oriente sobretudo a tratar do direito à imagem na perspectiva da sua publicação e difusão.
Se lermos atentamente a lei, verificamos que, de facto, o legislador não consagrou propositadamente a captação da imagem como uma das acções susceptíveis de limitar o direito à imagem, simplesmente porque não existe qualquer "lesão" à imagem da pessoa retratada. Essa lesão só existe em caso de publicação ou difusão. É este o entendimento que explicam os trabalhos preparatórios do código, escritos pelos seus autores.
Questão diferente é se as imagens captadas forem lesivas da intimidade da vida privada ou lesivas da reputação da pessoa retratada (veja-se, por exemplo, o caso dos mirones). Aqui há nitidamente uma lesão a direitos - mas já não se trata do direito à imagem, mas do direito à intimidade da vida privada, com protecção quer civil, quer constitucional.
Nestes termos, regra geral, pode tirar-se fotografias a qualquer pessoa, em espaços públicos, sem que estejamos a ser violadores de qualquer princípio legal. No entanto, se a pessoa detectar que nos preparamos para a fotografar e se opuser a isso, comete um crime quem o fizer. Portanto, o critério é o de que esta imagem não pode ser captada com qualquer oposição da pessoa fotografada (ou dos representantes legais, se for uma criança).
No entanto, a maioria das pessoas não sabe dessas minudezas. Tão pouco os agentes da autoridade, que ameaçam o apreendimento do equipamento, ou a obrigação - lesiva do direito de autor - de se apagarem as fotografias digitais captadas.
Francamente, e a menos que a fotografia valha dinheiro, não vale a pena fazer um "cavalo de batalha" desta questão, e deve ceder-se, simplesmente porque a desobediência vai acabar por trazer mais problemas do que benefícios.
A propriedade, como direito absoluto, deverá ser respeitada por todos. Ligando-se ao direito à intimidade da vida privada, o fotógrafo só poderá captar imagens com a autorização do proprietário. Entrar clandestinamente numa propriedade é crime, e pode dar lugar a diversos problemas legais. A melhor forma de ultrapassar isto é tentar contactar o proprietário com antecedência ou no momento, mostrando-lhe um portfolio, para credibilizar a ideia de fotografar a sua propriedade.
Isto aplica-se mesmo que estejamos a falar do edifício de uma empresa, de um parque empresarial de proridade privada (isto mesmo que pertença ao Estado) ou de um centro comercial, em que a autorização nunca nos será dada no momento, teremos que aguardar por uma resposta, sem a qual é proibido fotografar no interior.
Paulo Sérgio Miorin
29-05-10, 11:48
Eu tenho uma experiência quanto a este fato, precisei fazer fotos de pessoas entregando panfletos, para uma revista, eles me pediram para não fotografar o rosto para não terem problemas, e mesmo assim tentei conversar com a pessoa que estava entregando os panfletos na rua, foi a pior coisa que fiz, a pessoa ficou toda timida e não autorizou, fui em outro local, e fiquei fazendo de conta que estava fotografando outra coisa e quando a pessoa não estava vendo eu fazia as fotos, deu tudo certo e as fotos ficaram muito legais, sem mostrar o rosto das pessoas, mais isso foi uma precaução da agencia.
Diogo Guerreiro
30-05-10, 15:58
Não podemos chegar à rua e começar a fotografar pessoas anônimas! Agora, se estiverem a fotografar um local publico e essas pessoas anônimas estiverem lá na sua vida, não existe problema em elas aparecerem nas fotografias, mas essas pessoas não podem ser o interesse principal das fotografias.. O motivo principal tem que ser o local publico.
Ou seja, a típica fotografia de rua em que se apanha pessoas em poses interessantes não é legal. Já fotografar uma praça, um monumento, uma rua, a praia, etc.. mesmo que cheia de gente e que alguns sejam reconhecíveis é legal..
Leiam este artigo escrito pelo Prof. Enio Leite da escola FOCUS do Brasil - 10 Questões básicas que o fotografo deve saber antes de fotografar (http://www.fotografia-dg.com/10-questoes-basicas-que-o-fotografo-deve-saber-antes-de-fotografar/)
como fica isso na prática?
LeoZaneti
30-05-10, 20:41
Ao sair para fotografar pessoas na rua devemos entao sair com várias cópias de contrato de uso de imagem?
É o mais aconselhável caso pretenda fazer um trabalho profissional.
Em anexo deixo 2 documentos úteis para esses casos. São dois documentos de autorização de reprodução e de representação das fotografias.
(finalizando edição...) Alex
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